Bem-vindo

Caros colegas,

Hoje é o dia 10 de Janeiro de 2009 na cidade de Braga, foi estabelecido um bloger no sentido de pronunciar informações essenciais sobre os conhecimentos científicos nas áreas mais ligados a política da administração pública e assuntos sociais.

Este momento marcante era para colmatar as lacunas que não tinha fornecido nas outras fontes.

Não deixar ultrapassar de pesquisar mais profunda este bloger, muitas coisas importantes que irá encontrar.

Vejam…

=========================================

O ESTADO RACIONAL MODERNO

(Uma reflexão do ideário de Max Weber)
pelo:
Vicente Soares Faria

I INTRODUÇÃO

O desenvolvimento das instituições sociais, económicos e culturais nas sociedades ocidentais modernos, foi desencadeado por um processo geral da Racionalização. MAX WEBER (1864 – 1920 ) foi o melhor autor que trabalhou a esse processo de racionalização, entendido como “ o resultado da especialização científica e de diferenciação técnica peculiar à civilização ocidental.

Consiste na organização da vida, por divisão e coordenação das diversas actividades, com base em um estudo preciso das relações entre os homens, com seus instrumentos e seus meios, com vistas a maior eficácia e rendimento. Trata-se, pois, de um puro desenvolvimento prático quando pelo génio técnico do homem “.

São diversas as analises sobre o conceito de Racionalidade e os sentidos que ele se apresenta na obra do Weber. De grande importância, mas que infelizmente esse trabalho não composta analisar, é a recepção da teoria da Racionalidade do Weber para Marxismo, em especial na interpretação da racionalização como “ codificação “ por Lukaács e na analise de Marcuse, pelo qual a concepção Weberiana de Racionalidade e Racionalização, fornece uma visão neutra da pesquisa científica social e por isso, actualmente de grande interesse ideológica para os específicos interesses dominantes.

Assim, segundo Johannes WeiB, Weber fala de Racionalidade e Racionalização em três sentidos :
(i). Sentido de Ciência Empírica ;
(ii). Sentido de Interpretação ; e
(iii). Sentido de Ética.

De outro modo, Reinhard Bendix, observa que na obra de Weber, a Racionalidade se apresenta como :
(i) Uma importância de manifestação individual ;
(ii) Um sinónimo de clareza ; e
(iii) Uma conduta de vida.

Observou ainda Habermas que Weber apontou três tipos de Racionalização as quais :
(i) A Sociedade ;
(ii) A Cultura ; e
(iii) A Personalidade.

Weber conceitua igualmente a “ Modernização da Sociedade “ como ele falou em “ Diferenciação “ da Economia Capitalista e do Estado Moderno. Ambas completam-se assim em suas funções, estabilizando-se mutuamente.

O núcleo organizativa da economia Capitalista molda a Empresa Capitalista entre outros aspectos, por uma contabilidade racional, pela introdução de uma eficiente e formal mão de obra livre, pela utilização de conhecimento técnico cientifico e por decisões de investimentos orientadas pelo mercado.

Por outro lado, o núcleo organizativo do Estado Moderno, caracteriza-se entre outros aspectos, por meio de introdução de um central e contínuo sistema tributário, um central comando militar, pelo monopólio do uso da violência e por uma administração burocrática.

O meio da organização da Economia Capitalista e do Estado Moderno, como também as relações entre ambos, é realizado pelo princípio normativo assentado no direito formal. São esses três elementos, segundo Habermas, que constituem a Racionalização da Sociedade.

A Racionalização cultural, caracteriza por previsibilidade pelo cálculo e pelo controle organizativo e instrumental dos processos empíricos, é encontrada por Weber na moderna ciência e técnica, na arte e na realização autónomas guiadas por princípios Éticos.

Por fim, a Racionalidade da Personalidade, refere-se a Conduta Racional de vida, que é considerada o ponto de ligação entre a Racionalização Cultural e Social. A Racionalização de Personalidade, basicamente significa “ que não basta a constatação de factores materiais, faz-se necessária uma internalização de valores e de ideias “.

Segundo o analise de Karl Loewenstein, Weber foi um pensador que por além do seu tempo e da sua geração ao ficar indiferente das clássicas ideologias da época = Capitalismo Liberal e Socialismo ou Estado Total Comunista e Fascismo. Para ele, a esperada socialização era um meio técnico de aperfeiçoamento da gerência empresarial do Estado, porém seu valor absoluto.

A Sociologia Política de Weber, em especial os seus estudos sobre o Estado Racional, as formas de Legitimação o Poder e a questão da Burocracia.

II. O ESTADO RACIONAL

Weber na sua carreira académica dedicou a estudar a sociedade burguesa ocidental em seus diversos aspectos, em especial através do rasgaste histórico dos diversos factores que tiveram influencia no seu desenvolvimento.

Segundo o Wolfgang Schluchter, o primeiro tema de Weber é o Capitalismo, relacionando-o, de inicio, com uma perspectiva histórica e como problema de Organização.
O crescimento do moderno Capitalismo industrial e o desenvolvimento social, Weber (1893), que o capitalismo dentro de poucas gerações destruiria todas as formas tradicionais de estruturas sociais e a estrutura social tradicional não seria reintroduzida. Para Weber o capitalismo moderno seria um Poder Revolucionário mau.

Neste cenário, o Estado que Weber realizou é todo permeado, em especial por considerações a cerca da política, da história e da economia.

Segundo o Katie Arguello, afirmou-se que existe um “ eixo de dependência causal “ entre as varias dimensões da estrutura social, ou seja, de uma ética Religiosa Racionalizada na Organização Administrativa fundada no cálculo racional, do direito racional formal, do Estado moderno, depende o Capitalismo Racional e vice-versa.

A Existência do Estado Moderno

A teoria do Max Weber apresentado pelo Reinhard Bendix, existe quatro características para uma Comunidade Política :
(i) Uma administração e uma ordem jurídica na as alterações se dão por normas ;
(ii) Uma administração militar, na qual os seus serviços realizam-se em concordância com rigorosos deveres e direitos ;
(iii) Monopólio de poderes sobre todas as pessoas, tanto sobre os que nasceram na comunidade e quanto aqueles que estão nos domínios do território ; e
(iv) Legitimação da aplicação do Poder nos limites do território por concordância com a ordem jurídica.

A identificação como Estado Racional, o Estado Moderno ocidental, segundo Weber, diferenciou-se de outras formas estatais, como as de base patriarcal e patrimonial. É sob a égide de um estado racional pautado em um direito racional e em uma Burocracia Professional, é que irá se assentar o desenvolvimento do Capitalismo moderno.

Weber anota também que no Estado Moderno foi decisivo o apoio dos juristas, pois segundo ele, contrario ao Império Chinês em que o Monarca não tinha juristas a sua disposição, no ocidente encontra-se disponível um direito formal, produto do génio Romano, no qual os funcionários, como técnicos administrativos, tinham dinheiro como superior a tudo.

Essa Racionalidade que permeou a agir da Burocracia Estatal moderna, possibilitou os mecanismos necessários para o desenvolvimento Capitalista.

Weber lembra que na antiga China, um homem que vendesse sua casa e que algum tempo depois ficasse pobre, segundo o antigo mandamento chinês da ajuda mútua, tinha o direito retornar para a casa e nela permanecer como “ locatário forçado “ sem pagar aluguer. Com um tal dinheiro, observa Weber, o Capitalismo não teria com funcionar economicamente.

Para Weber, o Estado, sociologicamente, só se deixa definir por meio específico que lhe é peculiar; tal como é peculiar a todo outro agrupamento político, ou seja, o uso da coação física. Em outras palavras, o Estado define-se como a estrutura ou agrupamento político que reivindica, com êxito, o monopólio do constrangimento físico legitimo.

A esse carácter especifico do Estado, acrescentam-se outros traços : de um lado, comporta uma Racionalização do direito com as consequência que são a Especialização dos Poderes Legislativos e Judiciários, bem como a instituição de uma polícia encarregada de proteger a segurança dos indivíduos e de assegurar a ordem pública; de outro lado, apoia-se em uma Administração Racional baseada em regulamentos explícitos que lhe permitem intervir nos domínios ou mais diversos desde a educação até a saúde, a economia e mesmo a cultura. Em fim, dispõe-se de uma Forca Militar permanente. “ TODO O ESTADO SE FUNDA NA FORCA “ (Trofsky ).

Weber observa que só existissem estruturas sociais das quais a violência estivesse ausente, o conceito de Estado teria também desaparecido e apenas substituiria o que no sentido própria na palavra se denomina “ Anarquia”.

A violência não é evidentemente o único instrumento de que se vale o Estado não haja o respeito a qualquer dúvida – mas é seu instrumento específico.

Hoje, a relação entre o Estado e a violência é particularmente íntima. Em todos os tempos, os agrupamentos políticos mais diversos, - ao começar por famílias – recorreram a violência física, tendo-a como instrumento normal do Poder.

Deveríamos conceber que o Estado contemporâneo é como uma comunidade humana que dentro dos seus limites territoriais, corresponde como um dos elementos essenciais do Estado, que, reivindica o Monopólio do Uso Legitimo da Violência Física. E para esse efeito, actualmente o não reconhecer, em relação a qualquer outro grupo ou aos indivíduos, o direito de fazer uso da violência, a não ser nos casos em que o Estado a tolere.

O Estado se transforma, portanto, na única fonte do “ Direito “ a violência.

O agrupamento político ou seja o Estado, é um agrupamento de domínio. O domínio em geral como conceito sem conteúdo concreto, é um elemento importante das relações sociais. Na verdade que nem todas as relações sociais apresentam-se como estruturas de domínio, mas, no entanto, para a maioria deles tem uma elevada importância.

O domínio é uma forma especial de Poder. E no sentido geral do Poder, considera-se como a possibilidade de uma vontade de se impor em relação a outra, pode-se em diferentes formas. Julien Freund, sobre o concito de Poder, é um carácter de um individuo se triunfar no seio de uma relação social, da sua própria vontade, centra resistência.

E o conceito de domínio é a oportunidade de encontrar pessoas dispostas a obedecer as ordens que lhe são dadas.

Segundo o Weber, que o verdadeiro domínio encontra-se no Estado Moderno, no qual não se realiza no discurso Parlamentar, nem nas enunciações do Monarca, se não na Aplicação Diária na Administração, necessária e inevitavelmente nas mãos dos funcionários públicos, seja Militar ou Civil.

III. TRES FORMAS DE LEGITIMAÇAO DO PODER

Weber, na Sociologia Política, distingue três tipos de dominação legítima :
(i) Domínio Tradicional ;
(ii) Domínio Carismático ; e
(iii) Domínio Racional Legal.

No domínio Tradicional, tem por base a crença na santidade das tradições em vigor e na legitimidade dos que são chamados ao Poder em virtude do costume. A autoridade não pertence a um superior escolhido para habitantes do país, mas sim a um homem que é chamado ao poder em virtude de um costume (e.g. primogenitura). Ele reina a título pessoal, de sorte que a obediência se dirige a sua pessoa e se torna um acto de piedade. Os governados são súbitos que não obedecem a uma norma impessoal, mas ordens legitimadas em virtude do privilegio tradicional o soberano.

No domínio Carismático, repousa no valor pessoal de um homem que se distingue para a sua santidade, seu heroísmo ou seus exemplos. Ele constitui um tipo excepcional do Poder político mas pela vida política ordinária.

Weber entendeu a Carisma como a qualidade insólita de uma pessoa que parece dar provas de um Poder Sobrenatural, Sobre-humano, ou pelo menos desusado, de sorte que ele aparece como um ser providencial, exemplar, e que se agrupa no seu torno discípulos ou partidários.

O comportamento Carismático não é peculiar apenas à actividade política, pois pode ser igualmente observado em outros campos como Religião, arte, moral, como também da economia.
Em política este domínio toma-se em diversas formas como demagógico, ditador social, heróis militar ou revolucionário.

Max Weber no seu livro “ Burocracia e Carisma “ segundo interpretado por Stefan Breuer, ele não entendeu a Modernização simplesmente como Racionalização, senão como uma acção Recíproca, segundo ele, quando se falar em Dialéctica, seria exagerado de Racionalidade e Carisma.

O Carisma da razão é entendido como expressão de um carisma impessoal, embora o carisma de Nação, é presente em vários momentos da história, como na França em 1789 e na Alemanha em 1914.

O domínio Racional Legal, é o tipo do Estado Moderno e que tem fundamento a crença na validade dos Regulamentos estabelecidos Racionalmente e na Legitimidade dos chefes designados nos termos da Lei. Neste sentido todo o direito seja estabelecido por convenção ou Ortega através de um procedimento racional.

O conjunto das regras de direito, constitui num abstracto de prescrições técnicas de normas, competindo a justiça, na aplicação das regras gerais aos particulares casos, enquanto a Administração tem por objecto proteger os interesses segundo as regras de direito nas competências dos órgãos instituídas para esse finalidade.

O chefe legal das instancias altas do país, inclusivamente o Presidente da República eleito, devem respeitar a ordem impessoal do direito estipulado.

O domínio Racional Legal consiste num empreendimento continuo de funções pública instituídas por leis e que são distribuídas em diferentes competências.

A aplicação desse regulamentos, exige uma equipa de funcionários qualificados que não são donos dos seus cargos, e não tão pouco dos meios da Administração. Eles são protegidos no exercícios das suas funções por um estatuto próprio.

O procedimento Administrativo repousa no principio de documentos e ficheiros a serem conservados. Todas as decisões, decretos e ordens de serviços são escritos. E a mais típica forma do domínio Racional Legal, é a BUROCRACIA.

IV. A BUROCRACIA

O domínio Racional Legal é expressado através da Burocracia e é entendido como o “ Governo da Razão “, a Burocracia é o meio através do qual, se expressa a Lei sob o qual, age o Estado Racional Moderno.

A Burocracia é portanto um produto histórico peculiar e inevitável do desenvolvimento da Racionalidade formal do Estado Moderno.

Segundo o Katie Arguello, sobre o objectivo da burocracia, é gerir o Poder. Esta gestão por sua vez pode ser mais Racional quando se mede por tipo da Administração Burocrática (Administração – Burocrática – Monocrático) que ressalta aos aspectos da ;
Precisa ;
Disciplina ;
Continuidade ;
Contabilidade ;
Aperfeiçoamento técnico ; e
Eficácia.

Historicamente, essa instrumentalidade racional no que se diz respeito em relação à função da orca Política do Estado Moderno, é desenvolvido no ocidente.

Arnold Zingerle, deu a sua observação que o Weber não nenhuma definição sobre a burocracia – se não é como um modo de Administração. ( Administração através de uma Organização de Escritórios ) sobre uma característica colectiva de pessoas que são representadas de tal administração até a caracterização desse relação como um domínio através da Burocracia.

Características Gerais da Burocracia :
i. As atribuições aos empregados são fixados e definidos ;
ii. Mandato dos poderes/competências claras ;
iii. Execução das tarefas definidas ;
iv. As responsabilidades são específicos ;
v. Sistema organizados do mandato dos subordinados ,
vi. Inspecções das autoridades superiores aos inferiores ;
vii. Comando vertical e descendente ;
viii. Hierarquia pirâmide e há só uma pessoa ( monocracia );
ix. A Administração é baseada em documentos ;
x. A existência eficaz da Administração é registado por escrito ;
xi. Separação das actividades burocráticas e pessoais do empregado
xii. Os empregados são regulados por estatuto próprio ;
xiii. Os empregado são garantidos por uma renumeração regular ; e
xiv. Recrutamento para vagas é só através de provas e diplomas.

V. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

  • ARGUELLO, Katie, O caso da Modernidade. Direito e Política em Max Weber. São Paulo : Académica, 1997.
  • BEIERSDORFER, Kurt.Max Weber und Gorg Lukcáas. Uberdie Begiehung Von Verstehender Soziologie und Westlichen Marxismu. Frankfurt am Main : Campus, 1986.
  • BENDIX,Reinhard. Max Weber : Das Werk. Darstellung. Analyse, Ergebnisse.Trad.do original em inglês para o alemão por Renate Rausch. Munchen : Piper, 1960.
  • BINS,Milton. Introdução a Sociologia Geral. Porto Alegre : Mundo Jovem, 1985.
    BREUER, Stefan. Burokratie und Charisma. Zur Politischen Soziologie Max Webers. Darmstadts Wissenschttliche Buchgesellschaft, 1994.
  • FREUND,Julien. Sociologia de Max Weber. Trad. Luis Claudio de Castro e Costa.2 ed.Rio de Janeioro : Forense, 1975.
  • HABERMAS, Jurgen. Theorie dês kommunikativen Handelns. Frankfurt am Main : Surhkamp, 1988.
  • HEINS, Volker.Max Weber. Zur Einfuhrung. Hamburg : SOAK Im Junius Verl., 1990.
    KRUGER, Christa. Max and Marianne Weber. Tag und Nachtansichten einer Ehe. Zurich, Munchen : Pendo, 2001.
  • LOEWENSTEIN, Karl. Max Webers. Staat Politische Anffassungen in der sicht unserer Zeit. Frankfurt am Main & Bonn : Athenaum Verlag , 1965.
  • MONNSEN, Wolfgang. Max Weber. Gesellschaft, Politik und Geschichte. Frankfurt am Main : Suhrkamp, 1974.
  • MARCUSE, Herbert. Kultur und Gescllschaft. 4 ed.Frankfurt am Main : Suhrkamp, 1967.
    PASOLD, Cesar Luiz. Reflexoes sobre o Poder e o Direito. Florianopolis : Estudantil, 1986.
    SAINT – PIERRE, Hector L. Max Weber. Entre a Paixão e a Razão. Campinas : Unicamp, 1994.
  • SCHLUCHTER, Wolfgang. Die Entwicklung dês okzidentalen Rationalismus. Eine Analyse Von Max Webers Gesellschaftbgeschichte. Tubingen : Mohr e Siebeck, 1979.
  • WEBER, Marianne. Max Weber. Ein Lebensbild. Tubingen : Mohr e Siebeck, 1926.